sexta-feira, setembro 12

A peça infantil "No Reino Perdido do Beleléu" é uma  adaptação de Claudia Maria Vasconcellos da obra homônima de Maria Heloisa Penteado, com direção de Beatriz Morelli.
 

O projeto está aprovado no Proac ICMS e encontra-se em fase de captação de recursos.  Além de apresentações teatrais inclui também apresentações com intérpretes para surdos e mudos e oficinas de construção de teatro de sombra com sucatas.    
                              
 
O Proac ICMS utiliza o conceito de patrocínio incentivado, estimulando empresas privadas a investir em projetos culturais com subsídio do Governo. As empresas que aderem ao programa destinam parte do ICMS devido aos projetos artísticos previamente aprovados pela Secretaria; com isso, recebem autorização do Governo para deixar de pagar em imposto o valor utilizado no patrocínio. Diferente de outros programas de incentivo à cultura, não é exigida contrapartida das empresas.
Em 2013 o O ProAC ICMS passou por ajustes  para tornar seu uso mais simplificado para os proponentes e mais transparente para os cidadãos em geral; estes já podem consultar a qualquer momento os detalhes sobre os projetos inscritos. Com o novo calendário ampliado e contínuo, as inscrições no ProAC ICMS agora são distribuídas ao longo do ano, o que agiliza os procedimentos por evitar o acúmulo de cadastros e projetos para análise. No ano de 2013, foram 4.339 novos proponentes inscritos, entre pessoas físicas e jurídicas, e 3.595 novos projetos cadastrados. Destes, 1.081 foram aprovados para captação.
 
 
POR QUÊ MONTAR?
 
Contemplar um projeto que reúna duas autoras brasileiras dessa excelência, além de difundir suas obras, colaborando para o desenho de um panorama literário nacional de alto nível, é acreditar na possibilidade do teatro como ação educativa, política e sociocultural. A Cia Auroras é uma companhia que desde 2003 fomenta um espaço de livre experimentação artística. Sua pesquisa tem como enfoque a investigação de obras de renomados autores brasileiros e/ou estrangeiros para serem adaptadas ao teatro. Em sua trajetória, já trabalhou com a obra de Nelson Rodrigues, Jean Genet, Hilda Hilst e agora deseja alçar novos vôos pelo universo infanto-juvenil de Maria Heloisa Penteado. Nesses anos de sua trajetória sem nenhum incentivo público a Cia Auroras, paralelamente à sua pesquisa artística, vem desvendando e aprendendo a criar estratégias de produção e gestão cultural criativa a fim de gerir e afirmar este espaço de livre criação e pesquisa que vem sendo desenhado. A escolha da companhia em penetrar neste universo, veem da crença de entender a criança como indivíduo pleno de sua capacidade poética e sensibilidade artística. É enxergar no teatro um fértil terreno de comunicação ativa e construção de um novo olhar, onde há espaço e possibilidade para a criança se colocar, investigar e compreender o mundo.
 
 


 
 
 
 

terça-feira, julho 23

AS DESGRAÇADAS é uma tragicomédia da CIA. AURORAS, livremente inspirada no texto "As Criadas" de Jean Genet.
 (jornal Estadão)


Uma instalação formada por 380 lâmpadas incandescentes delimitam o espaço cênico. A trilha sonora é disparada ao vivo de acordo com a pulsação da cena. A peça foi Indicada ao Prêmio CPT na categoria Projeto visual em 2012.
 
Unindo diferentes linguagens artísticas, como as artes cênicas e as artes plásticas, além de flertar com o universo das telenovelas brasileiras de forma bem humorada e áspera.                                       

Dramaturgia é de Felipe Sant`Angelo, com direção de Beatriz Morelli. O artista plástico Ding Musa assina cenografia e iluminação, a trilha sonora original é de Bill Saramiolo. No elenco, Giu Rocha, Mariana Leme e Rita Batata.
Em cena, uma babá devota, uma doméstica insatisfeita com o serviço e uma patroa que trata suas funcionárias como seres invisíveis. A cenografia suspensa, formada por 380 lâmpadas incandescentes enfileiradas, delimita o palco onde acontecem os embates sentimentais, ideológicos e morais entre as personagens. As atrizes tem autonomia para manipular a luz de dentro do espaço cênico, direcionando o olhar do público.
A encenação busca um espaço não realista, onde cada gesto, adereço ou objeto cênico tem sua função clara. “A síntese é um elemento fundamental na minha concepção, presente tanto nas ações físicas das personagens, quanto na composição estética do espetáculo (cenografia, luz, trilha sonora e figurino). Isso cria um contraponto interessante com o tom melodramático do texto onde o exagero está declarado. Recortes na encenação  verticalizam, de forma bem humorada, os delírios das personagens. Aquilo que estamos acostumados a esconder por trás da máscara social, é revelado para o público”, conta Beatriz Morelli.  



C o n f l i t o s   d e c l a r a d o s
(Revista DaHora do jornal Agora)
Graça (Rita Batata) é uma babá tão devota ao trabalho que chega ao extremo de confundirse com sua patroa. Dona Carmen (Mariana Leme) é uma mãe de família que acaba de ser abandonada pelo marido depois de descobrir, por meio de uma carta anônima, que ele tinha um caso com uma mulher mais jovem. Lurdes (Giu Rocha) é uma doméstica insatisfeita com seu trabalho, mas que assume com prazer o papel da opressora quando descobre que Graça é a autora da carta anônima, e ameaça denunciála caso a babá não faça todo o serviço da casa por ela. Enquanto D. Carmen trata suas empregadas como seres invisíveis, Lurdes e Graça travam uma batalha que fatalmente chamará a atenção da patroa e levará seu lar à derradeira ruína.
 A montagem provoca o espectador ao fazer uma reflexão sobre as relações sociais, e estabelece na arena dos embates sentimentais, ideológicos e morais das personagens, uma possibilidade de identificação, questionamento e troca com o público. Apropria-se desta linguagem para fazer uma crítica sarcástica da relação patroa/empregada e das relações afetivas de submissão.

A cenografia de Ding Musa sugere um ambiente intimista e claustrofóbico e foi criada a partir da leitura do texto Entre Quatro Paredes, de Jean-Paul Sartre. “Quando li o texto do Felipe Sant’Angelo pela primeira vez, tive a imagem dos personagens tendo de se resolver dentro de um ambiente fechado e pequeno, que me lembrou muito o texto de Sartre. A ideia foi tirar os aspectos realistas e criar um ambiente que apenas sugerisse um espaço de arquitetura fechado, iluminado como um todo, onde ficassem mais evidente as relações que se estabeleceriam entre os
personagens. Como uma forma de purgatório, ou limbo, onde todas as questões pendentes precisassem ser esclarecidas. Os objetos de  cena, com exceção da taça e do chapéu, foram reduzidos a um banco, uma caixa de jóias e uma mamadeira de vidro, para que o texto fosse valorizado e ficasse ainda mais evidente esse aspecto de um lugar etéreo, onde questões que sobressaem o mundo precisassem ser resolvidas”, conta o cenógrafo. 
A trilha sonora original do Bill Saramiolo pontua e colore a atmosfera da peça. É executada ao vivo, por meio de um equipamento eletrônico que dispara as faixas em tempo real, em sintonia com a pulsação das atrizes. O figurino de Mira Andrade é atemporal, mas toma como referência elementos que sintetizam o vestuário da alta burguesia francesa da época do Pós-Guerra, mesmo período que foi escrita a peça As Criadas, de Jean Genet.

N O S   P A L C O S

Após estrear no Sesc Santos, em 2010, As Desgraçadas cumpriu temporada no Sesc Consolação e Oficina Cultural Oswald Andrade, concorrendo ao prêmio CPT-2012 (da Cooperativa Paulista de Teatro) na categoria Projeto Visual - que contempla cenografia, direção, figurino e maquiagem do espetáculo - ao lado do Teatro da Vertigem. 
Participou dos festivais “ABRIL PRA CENA 2012 – Festival de Teatro da cidade de Registro” e “FESTA 2012 – Festival Santista de Teatro”. 
Se apresentou no teatro de diversas unidades do CEU, e ainda no SESC BAURU.

Realizou em 2013 uma terceira temporada paulista no teatro Cacilda Becker. E ainda representou o Brasil no 5º FESTLIP - Festival de Teatro da Língua Portuguesa, se apresentando no Rio de Janeiro.


A s   a t r i z e s   e   s u a s    p e r s o n a g e n s 


(jornal Diário de SP)
Giu Rocha – Lurdes, a faxineira “A Lurdes é a personagem que de cara expõe seu lado podre sem melindres. Essa é sua força, sua arma de proteção e sua graça. Ela é a faxineira e carrega a simbologia de quem "mexe com a sujeira" com o lado escuro. Seu humor mora exatamente na clareza que ela tem da sua "maldade" e na maneira leve com que ela encara sentimentos como a inveja e a cobiça. Essas características refletem fisicamente em uma partitura que privilegia o plano baixo (está quase sempre no chão), um timbre que passeia por regiões mais graves e tempos de resposta mais esgarçados e debochados. É uma personagem cheia de  dicotomias, onde habita a podridão e a leveza, a sombra e o deboche, a inveja e a brincadeira.”

Mariana Leme – D. Carmen, a patroa “Ela é uma mulher insegura, que vive de aparências e relações superficiais. De origem abastada, nunca se esforçou para conquistar nada. O marido e o filho são objetos de consumo, peças que comp õem o modelo "socialite" de alto nível. D. Carmem vive em um mundo à parte, uma vida fantasiosa e de extrema instabilidade emocional, onde não dirige a palavra -- nem sequer o olhar -- para suas empregadas; conversa com elas por meio do filho, sendo assim autoritária e por vezes opressora. A rejeição do marido é a constatação de sua solidão. Este abandono se torna uma força propulsora, um mecanismo de catarse e que a leva à loucura. Desesperada e consumida pelo cansaço, a personagem, que por vezes tira risos da plateia com ações absurdas, acaba agindo num misto de representação e verdade absoluta.”


                                                                                   (guia do jornal Folha de SP)
 Rita Batata – Graça, a babá “A Graça é uma personagem extremamente sincera, quase ingênua, que se anula em nome das pessoas pelas quais tem afeto e amor. A fé é o combustível dela e dessa maneira me apropriei de alguns apontamentos no texto dramatúrgico. Radicalizei assumindo a Graça como uma pessoa religiosa, que crê no divino, no amor, no ser humano. É uma personagem transparente. Para conquistar essa qualidade me utilizei da linguagem do clown que é em sua essência a própria sinceridade.  Numa devoção absoluta, ela exerce uma relação de espelhamento com a patroa, nutrindo uma relação fantasiosa ao ponto de se anular como indivíduo.”


F i c h a   t é c n i c a
DRAMATURGIA: Felipe Sant'Angelo 
DIREÇÃO: Beatriz Morelli
ELENCO: Giu Rocha, Mariana Leme e Rita Batata
CENOGRAFIA, ILUMINAÇÃO E FOTOS: Ding Musa
CENOTÉCNICO: Pedro Terra
OPERAÇÃO DE LUZ: Luz Lopez
TRILHA SONORA ORIGINAL: Bill Saramiolo
MÚSICOS: Marcio Roldan, Rafael Costa, Martin Mirol
EXECUÇÃO DE TRILHA: Bill Saramiolo
FIGURINO: Mira Andrade
ASSISTENTE DE FIGURINO: Rita Batata
PREPARAÇÃO VOCAL: Pedro Granato
PRODUÇÃO: Cia. Auroras




          (jornal Metrô News)

sexta-feira, julho 5

reestreia


NOVA TEMPORADA PAULISTA